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A dimensão social do homem e o masculinismo como meio de igualdade

Cada dia é mais substituída a frase ele foi um grande homem pela expressão ele foi grande. Repentinamente, em todos os âmbitos, seja político, social ou de que natureza for, é como se as ações grandiosas não mais pertencessem ao gênero masculino.

Diversamente, toda vez que uma pessoa do sexo feminino consegue alguma realização positiva, de modo direto é enfatizado seu gênero.

Devido à interpenetração das relações, com todos inseridos no mercado de trabalho, de consumo e até na mesma rede social, ainda mais com os meios virtuais que interligam o mundo, ninguém vive mais num mundo apartado.

O conceito difundido sobre o gênero beneficia ou prejudica a todos daquele gênero, até mesmo àqueles que sofrem as consequências sem se aperceber o que a originou.

Aí entra o feminismo como propulsor de ações governamentais, sociais e de toda espécie em prol da defesa das questões afetas ao sexo feminino.

Organizou-se dentro do Estado, obteve secretaria Estadual, Secretaria Especial no Governo Federal, conta com comissões em defesa da mulher nas Entidades não estatais e assim por diante.

Com esse mecanismo, expede ofícios cobrando políticas públicas ou ações sociais, envia e-mail’s, reivindica para o Estado e entidades para defender a imagem e os direitos da mulher.

Nesse aspecto, a mulher obteve seu prestígio mais reconhecido e defendido mais que nunca.

Já o homem, em via de esquecimento não fez igual, daí por mais que faça em prol da família e da sociedade não tem recebido seu reconhecimento enquanto gênero pelo Estado.

Esse reconhecimento somente virá se o masculinismo proceder de igual modo, mas para isso precisa organizar-se, instituir ONGs, postular a criação de Comissões de Defesa dos Direitos do Homem, à semelhança do que fez a subseção 164º da OAB paulista instituindo uma comissão de defesa dos direitos do homem, em prol da dignidade e direitos masculinos.

Tais instituições, apesar de necessitarem de poucos membros e poucos recursos, têm efetividade e grande voz ativa em razão da organização-institucionalizada que lhe concede reconhecimento na sociedade e propicia ações mais concretas.

Inclui-se entre tais ações concretas a realização de parcerias para realização de palestras ou eventos cobertos por jornais, como exemplo do que faz anualmente Sociedade Brasileira de Urologia em prol da saúde masculina, no Dia do Homem – 15 de julho.

Outro ato público fácil de concretizar é distribuição de impressos de conscientização, que facilmente atrai a imprensa, quando convidada, daí massificando sua mensagem e difundindo a organização. Um milheiro de tais impressos, custa relativamente pouco e podem ser custeados por patrocínios em troca de um pouco espaço no próprio impresso.

A cobertura da imprensa propicia ainda mais voz ativa em cascata, abre as portas para identificação social de um legítimo representante do grupo, propicia diálogo com o poder, aproxima os masculinistas dos seus propósitos, tudo dentro da lei, constituindo ação cívica-cidadã e ordeiramente organizada.

Aí está o modo de agir. Mas qual o impacto de não agir?

A inércia faz tudo continuar a desmerecer a imagem do homem, enquanto gênero. Com a imagem enfraquecida, em todos os campos, familiares e sociais, o homem passa a ser menos visto como sujeito de direito pelas políticas públicas.

Há até um ditado popular que diz que ninguém é quem realmente é, mas é quem a sociedade pensa que é. Traduzo: seu conceito social = sua pessoa.

Apesar de o homem ter real valor, esse nem sempre coincide com aquele valor que efetivamente é visto pelo Estado e pela sociedade.

Tal conceito social reflete na defesa, ou não, dos direitos do homem, aí incluídos todos os grupos ou interesses deles, homem-pai (guarda e visitas), homem-marido, homem-namorado, homem-trabalhador, homem-cidadão, homem-esportista, homem-paciente da saúde pública ou particular, homem-cliente que paga mais pelo seguro de carro ou nas danceterias, simplesmente homem em todos os focos.

Hoje no Brasil e no Mundo, cada vez mais, o homem é postado em situação desigual em prejuízo até para sua dignidade e plenitude, inclusive pelo Estado, pelas leis, pelas presunções.

Tome-se um exemplo. Um homem, mesmo tendo menos renda e estando no domicílio que abrigou o lar comum do casal, se for pedir o divórcio tem de fazer no domicílio da mulher, ainda que esta tenha melhores condições financeiras e repentinamente se mude para local distante de outra unidade da federação.

Ganhando menos, esse homem terá condições para esse deslocamento e uma boa defesa? É o mais justo, se ele além de ganhar menos se manteve no local onde era o lar comum?

Parece-me que a foro competente deveria ser o do lar comum se um dos cônjuges ainda lá reside, salvo se um dos cônjuges evidentemente estiver em outro local e não dispor mesmo de meios para retornar.

Cabe, aí, uma discussão de inconstitucionalidade, mais uma, mas é trabalho à parte e asfixiante aos direitos do homem.

A definição do foro do lar comum prestigiaria a igualdade real, em detrimento da desigualdade tanto formal quanto real que hoje vige na legislação.

Essa igualdade seria para ambos, propiciando a eles o mesmo acesso à Justiça.

Independente do ponto legal passível de ser tomado como exemplo, homem como gênero, com imagem desvalorizada, reflete em todos os homens em todos os campos da vida.

Outro exemplo é O discriminatório PL nº 352/2011: Seguro desemprego. E os homens? , com artigo com o mesmo título neste blog. Esse artigo aponta o desinteresse em estabelecer igual tratamento ao homem-pai de família embora pretenda outorgar esse direito à mãe de família.

Há ainda, no mesmo artigo acima citado, a indicação de um estudo de um hospital "modelo" onde um homem estuprado foi tratado de modo secundário, estereotipado e inicialmente até recusado sob a alegação de ser um homem a vítima do crime sexual, como se coubesse ao hospital definir o sexo de quem pode ser vítima.

Portanto, valor sim à mulher, mas sim igualmente ao homem.

São desvalorizações na lei que refletem na vida e nos direitos. Daí a importância do Estatuto do Homem que está tramitando em caráter conclusivo.

Foi desarquivado em 23 de março de 2011, pois com a mudança de legislatura os processos legislativos são automaticamente arquivados. Eis o seu atual estágio:

PL-05685/2009 - Cria o Estatuto de Saúde e Segurança Doméstica e Familiar do Homem e dá outras providências.
- 23/03/2011 Desarquivado nos termos do Artigo 105 do RICD, em conformidade com o despacho exarado no REQ-730/2011.

A figura do Homem tem que ser respeitada. Falar mal de um homem tem que ser tão grave quanto falar mal de uma mulher. Falar mal do gênero masculino tem que ser tão grave quanto falar do gênero feminino.

A violência contra um homem tem que ser tão repudiada quanto a violência contra uma mulher.

A lei tem que defender os bons, os agredidos e punir os maus, os agressores, não um sexo, não ser seletiva pela pessoa ou optar por um gênero.

Pesquisas de renomadas instituições indicam que homens sofrem muita violência, inclusive doméstica, paradoxalmente nenhuma política de estímulo há para ele denunciar, o que faz os poucos que denunciam violência doméstica serem vistos de um modo, no mínimo, diferente.

A dificuldade criada é outro mal por mitigar as estatísticas e as políticas ativas. Estimular cada vítima a denunciar é parte desse caminho de combate as patologias.

Mais que isso, só com organização e postulação.

Comece a fazer a sua parte, envie uma msg à Ouvidoria Parlamentar da Câmara dos Deputados apoiando o PL-05685/2009 que cria o Estatuto do Homem.

MDI

3 comentários:

Mauricio Trindade disse...

Muito boas observações. Creio que ainda falta muito para podermos alcançar uma coisa palpável, por assim dizer, mas estamos no caminho certo, todo esse percussso faz parte de uma necessidade que precisa e não pode deixar de acontecer que é conscientização masculina.

Anônimo disse...

Acho que é necessário o Estatuto do Homem, pois assim vamos nos igualar em direitos e tratamento as mulheres. Atualmente muitos homens sofre violência doméstica ou muitos sofrem assédio no trabalho. Se um homem denúncia em qualquer um dos dois casos é ridicularizado. O Estatuto do Homem será um progresso para sermos tratados em nível de igualdade perante a sociedade.

Seth Dragoon blog disse...

Cristian, suponho nem ser por questão de ser ridicularizado, a questão é ser levado com descaso, como se fosse a excessão e não devesse ser levado em consideração. Obviamente a ridicularização é de tamanha determinidade neste quesito, mas ela oriunda de um descaso. Estatísticas alteradas, falta de equivalentes masculinos, idealização de que a mulher sempre foi a oprimida, sem levar em mente a luta dos homens e a opressão equivalentemente dirigida à eles ao longo da história, são os agravantes, isto se agrava ainda mais pelo homem, que teima em omitir seu lado. O mundo só muda, quando as pessoas começam à mostrar o seu lado. Faz-se-ei a hora de os homens exporem também seus problemas, afinal ninguém é vidente para imaginar que você passar por tal situação. No mais, o mundo só muda quando você muda, e isto inclui sua rotina.

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