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Big Brother Brasil 12 e o suposto estupro divulgado na grande mídia


Os fatos divulgados essa semana na mídia são relevantes demais para passarem sem comentários. A mais popular emissora de TV do país eliminou (cada um que dê o nome que entender melhor) um participante do reality show Big Brother Brasil 12.
De Michel Blanco foi postado no Yahoo Notícias Brasil um texto sobre o caso e a postura do Jornal Nacional, segue um pequeno trecho: *
Com outras palavras, Bonner repetiu o recado de Bial: “A TV Globo avalia que o comportamento de Daniel foi inadequado, o que impede o retorno dele na casa.”
O abafa do JN não aguenta um traque. Qual foi o comportamento “inadequado” do sujeito? Na segunda, ao anunciar a saída de Daniel, Pedro Bial disse que ele era “suspeito de ter infringido as regras do programa”. Quais regras? Foi só dar B.O. e melindrar patrocinadores num programa que estimula a bebedeira e a “pegação”?
Não está claro ainda se houve ou não estupro no BBB. Talvez a dúvida persista. À polícia a moça negou ter feito sexo com o rapaz, disse estar consciente e o que rolou foi consensual.
Não estou aqui para discutir se houve ou não estupro, o que me parece é que não aconteceu, até pelo que consta divulgado que a própria moça teria deixado isso claro à polícia.  Se isso procede, não estaríamos diante de um caso de invasão de privacidade?
Pelo que sei, a privacidade dos atos consentidos pelo casal, debaixo do edredom, só a eles (e ao público curioso) diz respeito, mas não vejo como caso de polícia. Assim sendo, faltaria justa causa para investigar-lhes a conduta íntima e expô-los como envolvidos num suposto crime que ninguém maior e consciente (inquestionavelmente já passada a bebedeira mútua) está reclamando ter sido vítima, nem tão pouco quer ser culpado. Para existir estupro, até onde sei, precisa existir vítima, não?
(Vídeo: Jornal do SBT noite. Carlos Nascimento comenta o absurdo de um país inteiro discutir um estupro negado pelos dois protagonistas e arremata que já fomos mais inteligentes) 
Por outro lado, sinto implícita a atribuição de culpa em algum grau ou de alguma coisa na referência de que o rapaz teve comportamento inadequado e isso ser a causa da eliminação dele da competição. Ainda mais que, o único fato, à falta de um bom esclarecimento, que pode ser percebido por nós (grande público) é o suposto estupro, daí fica essa conotação que entendo que não poderia acontecer. Some-se a isso a falta de bom esclarecimento da razão da unilateralidade (só ele eliminado, ela não), então ele tem culpa de algo, ela é a vítima? Ele seria culpado do quê? Ela vítima do quê? É o que sinto como raciocínio possível em decorrência da unilateralidade.
A acusação da prática de um estupro é algo muito grave para ser tratada apenas com apoio em suposições ou sem certeza. Na menor das dúvidas, presume-se, SEMPRE, a inocência, ainda mais em face de um crime é tão grave.
Outra coisa que acho, mas direcionado às autoridades é deveriam analisar que tudo se passou, ao menos em tese, sob o olhar ao vivo da emissora.
Se ocorrido um estupro (afinal cogitam isso) teoricamente a emissora viu ao vivo, então por quê ela não tomou providências no mesmo momento para impedir a continuidade? Ou durante os acontecimentos não tinham como captar os fatos, por imagens ou sons? Se não havia, por quê o rapaz está sendo acusado? Não foi a partir das imagens que surgiram as acusações? Essas imagens não eram monitoradas ao vivo pessoalmente por funcionários da emissora?
É possível pensarmos que todos na casa, inclusive esse rapaz, estavam sob uma responsabilidade de monitoramento por parte da emissora, até porque ela se propôs (divulgou), previamente, que iria monitorar tudo e todos, 24 horas por dia, 7 dias por semana, fiscalizando por imagens e microfones.
Esses questionamentos são necessários, pois vale lembrar que a emissora (autorização de emissão do sinal) é uma CONCESSÃO DE SERVIÇO PÚBLICO, e dela sim devemos cobrar muito mais, pois tudo que é público nos deve maior satisfação e as autoridades devem olhar mais atentamente para esse aspecto de SERVIÇO PÚBLICO da televisão, igual é o transporte de ônibus ou a coleta de lixo, embora pouco (ou nada) divulguem que as emissoras prestam SERVIÇO PÚBLICO.
Parece bem claro, no entanto, que só o mais fraco está sendo ferozmente acuado pelas investidas, ainda que rotuladas “apenas” de averiguação todo esse terremoto de cogitações, contra uma só pessoa tão suscetível aos abalos morais e sofrimentos emocionais como qualquer um de nós, se fossemos acusados indevidamente de algo, o que sempre é possível.
Quem lá dentro é estuprado, igualmente quem lá dentro é indevidamente acusado de estupro, é igualmente merecedor de proteção.
Como medida de diminuição do injusto, acho que esse rapaz deveria, o quanto antes, ser readmitido na casa.
Todos são inocentes de tudo que se possa cogitar, até se prove incontestavelmente em contrário!!!
Essa maneira acusatória como tudo se conduziu, sem provas, contra esse rapaz, reflete ainda o muito sexismo que existe em normalmente presumir a culpa masculina diante de uma cogitação de estupro.
MDI
* Disponível em: http://br.noticias.yahoo.com/blogs/michel-blanco/chama-o-molina.html – Acessado em 18.01.2012, às 15h32min

2 comentários:

Chris B. disse...

Eu não entendo nada de nada desta coisa de BBB, pois não assisto. Mas pelo que sei e entendo de tudo que tenho ouvido e lido referente ao assunto... penso que tudo começa com o excesso de bebida alcoólica oferecida aos participantes da casa e todos sabem os malefícios que o álcool pode trazer quando ingerido da forma como acontece lá todos os anos. Sem contar, pelo que entendi, os dois sempre tiveram uma relação bem íntima... ou seja, tudo que aconteceu de estarem deitados juntos e tal é uma coisa normal entre eles.

Queria saber:
-Quem viu eles fazendo sexo?
-Porque não pediram na hora para ela fazer um exame e detectar a presença de esperma nela (já que bêbados não vão em busca de um preservativo)?

Para mim, isso tudo é um grande jogo de marketing que acabou não dando muito certo... actitudes precipitadas e todo mundo querendo levar vantagem em alguma coisa. A moça não parece nada abalada com a questão... se fosse o caso de estupro, penso que ela deveria até pedir para sair do programa e tratar com exclusividade do assunto, mas...

Isto tudo é uma palhaçada na minha opinião, porque o programa promove exatamente tudo que está acontecendo, mesmo que 'indirectamente'...

Seth Dragoon blog disse...

Olá MDI! Vendo a barra lateral - da esquerda - percebi que você postou um tema interessante - e não que os demais não sejam -, " Violência doméstica: A cara atual mudou. Ou sempre foi assim, mas a informação era omitida? ". Vendo isto, trouxe aqui um site interessante, mas em inglês - no Brasil é praticamente impossível achar estudiosos do Homem -, que responde muito bem estas questões, a omissão de informações é sem dúvida um dos maiores desrespeitos que se pode ter com o cidadão. Depois dê uma lida e/ou divulgue!

Link - http://www.ejfi.org/DV/dv-6.htm#phenomenon

P.S. = Vá na sessão " Is this female violence against men a recent phenomenon? "

Abração!

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