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Recomendado: Warren Farrell, o Homem do Dia do Homem, Exemplo de Mudanças

Hoje é Dia do Homem, uma data que devemos usar para mudanças, não só coletivas como pessoais, como consequência ter mais consciência, iniciar uma vida mais saudável física e mentalmente, considerar como um dia para reavaliarmos, para pensar como investir mais na carreira, nos estudos, obter mais sucesso.

Tenho pregado que se alguém quer ajudar o masculinismo primeiramente deve estar bem consigo, ser forte em variados sentidos, isso implica estar forte no campo profissional, pessoal, bem informado, estar bem resolvido de modo geral.
Feita essa sugestão, passo a outra, uma sugestão de leitura de uma entrevista excelente, creditada a Alexandre Mansur, publicada em 2002 na revista Época, intitulada Eles são as vítimas (Revista Época. Disponível em: http://epoca.globo.com/edic/209/entrevistaa.htm – Acessado em 15.07.2011, matéria assinada por Alexandre Mansur – Edição 209 20/05/2002), mas por certo desconhecida de muitos e que merece leitura atual, mesmo por aqueles que já viram no momento da edição, para reavaliar o que mudou.
A matéria é sobre Warren Farrell, um americano destacado no movimento feminista que passou a defender o homem. Conforme a matéria ele foi o único homem eleito por 3 vezes para o quadro de diretores da Organização Nacional das Mulheres (NOW).
Alguns pontos dessa entrevista merecem destaque e comentários, entre tais quando Farrell fala que os homens querem ficar mais tempo com os filhos e com a família, mas se não se não foram bem-sucedidos (como fala mais à frente) nem a mulher os quer, fato que demonstra uma pressão sem fim de dedicação que é exigida que se contrapõe à possibilidade de efetivação.
Também vejo como valiosa a resposta à pergunta por que ele teria rompido com as feministas, ao que ele responde:
“Continuo defensor ardoroso de um movimento que busca expandir direitos. No entanto, eu me oponho aos grupos que fazem do homem um inimigo, que divulgam falsas estatísticas para repisar a idéia de uma sociedade dominada por machos e projetada para oprimir as mulheres. Os homens precisam descobrir o que está por trás do poder atribuído a eles. Esse poder, na prática, tem muito a ver com a obrigação que temos de ganhar o dinheiro que um dia nossas viúvas vão gastar” (ibidem).
Interessante que Farrell iniciou falando algo que sempre tenho proposto sob outra didática, quando digo que não se trata de criticar outros movimentos, mas os males que são praticados contra os homens, venham de quem vier, pois o foco são os fatos discriminatórios que em si são inaceitáveis, não os outros movimentos.
Outro fato que ele aborda diz respeito a “ganhar dinheiro que um dia as viúvas vão gastar”. Só num dos mecanismos que propicia isso, o da previdência oficial (lembremos que há a previdência privada e a herança), temos informações relevantes para compartilhar que deixam patente que há muito homem morrendo de trabalhar ou por outro motivo enchendo os cofres da previdência social (INSS) sem nunca receber nada em troca, havendo um contingente muito superior de pessoas do sexo feminino em relação ao masculino recebendo pensão, notadamente a partir da maioridade.
Trata-se do pedido de informações feito pelo Ofício 001/2011-CDDH, de 25 de fevereiro de 2011, da CDDH/OAB da 164ª Subseção Paulista, que recebeu resposta pelo Ofício nº 06/MPS/SPS/CGEDA de 28 de março de 2011, subscrito por Eduardo da Silva Pereira, Coordenador-Geral de Estatística, Demografia e Atuária - Secretaria de Políticas de Previdência Social. Eis a solicitação e respectiva resposta:

“Informar por sexo, qual a quantidade de homens e de mulheres que recebem pensão da previdência?  Qual a quantidade paga para cada faixa etária (se dispuser)?”

“R -            A quantidade de pensões por morte ativos em dezembro de 2009, segundo por sexo e faixa etária, pelo conceito de recebedor de pensão por morte, é informada na tabela abaixo:”
Na mesma entrevista, Farrell afirma algo que tomei conhecimento quando iniciei o movimento em campo (junto à sociedade), que culminou numa Comissão de Defesa dos Direitos do Homem em 2009, quando numa conversa uma mulher fez a mesma afirmação.
Afirmava a minha interlocutora que no início do século passado as mulheres tinham vergonha de ir ao médico e mostrar suas partes íntimas, mas devido às muitas políticas e campanhas informativas favoráveis elas foram aos consultórios.
Na citada entrevista, Farrell igualmente faz essa afirmação, mas vai além e perceptivo liga os assuntos (registrando o que todos sabem mas não se tocam) lembrando que (1) os homens têm sido descartáveis como nas guerras e (2) a fachada de força dos homens são sua maior fraqueza, ao passo que as mulheres têm na sua aparente fragilidade sua maior força. Eis o trecho:
“Quase todas as revistas femininas e órgãos governamentais ajudam as mulheres a cuidar da saúde, oferecendo-lhes apoio. As revistas masculinas e o governo não fazem nada disso para os homens. Na verdade, os homens precisam até de mais apoio que as mulheres, porque aprenderam desde sempre a ser heróis e também a ser descartáveis, seja na guerra, seja no trabalho. Precisam aprender que sua maior fraqueza é a fachada de força, enquanto a grande força das mulheres é a sua aparente fragilidade” (ibidem).
Entendo que a suposta força dos homens realmente é o escudo para impor desvantagens aos homens, como o foro no divórcio ser do local que a mulher reside (art. 100, inciso I, do Código de Processo Civil, na redação da Lei nº 6.515/77). Portanto, nem o local que ele mora, nem onde casaram, nem onde foi o lar comum, mas o último endereço dela, ainda que ela se mude para longe. Isso faz muita diferença quando esse homem tem parcos recursos e ela tem mais recursos e justamente vai morar longe (outro Estado a dois, três mil quilômetros, por exemplo).
Nesse caso, mesmo ele tendo menos recursos, menos meios de defesa, sendo mais frágil, ainda assim, por conta da suposta fachada de força (expressão que Farrell usa) no Brasil esse homem terá que fazer peregrinação até onde ela decidir morar, para poder ajuizar ou se defender no divórcio, obter divisão de bens, expor seu lado na questão de alimentos, uso do nome etc (se litigioso esse divórcio).
Também tenho que enfrentar a questão do câncer, que Farrell toca com acerto:
“Eles estão pior em qualquer avaliação social ou psicológica. As mortes por câncer de próstata são equivalentes às causadas por câncer de mama. Mas há sete vezes mais financiamento para pesquisas de câncer de mama” (ibidem).
Quero lembrar que, segundo dados que obtivemos pelo ofício-resposta vindo do Ministério da Saúde, no Brasil ainda há no Norte e Nordeste mais incidência do câncer peniano que do de próstata, sem que ocorra uma campanha em rede nacional de TV para abordar o tema e ensinar os homens a evitar essa doença localizada, grave e traumática.
Eis as palavras do Despacho s/n, de 3 de setembro de 2010 da Área Técnica de Saúde do Homem do Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas da Secretaria de Atenção à Saúde, assinado por Baldur Schubert , Coordenador da Área Técnica de Saúde do homem DAPES/SAS/MS e José Luiz Telles, Diretor do DAPES/SAS/MS, anexado ao ofício 673/GM de 16 de setembro de 2010, subscrito por Marizete Almeida, Coordenadora-Geral do Gabinete do Ministro (resposta do Ministério da Saúde):
“No Brasil esse tipo de tumor representa 2% de todos os tipos de câncer que atingem o homem, sendo mais frequente nas Regiões Norte e Nordeste, superando até mesmo os casos de câncer de próstata e bexiga”.
“O tratamento depende da extensão local do tumor e do comprometimento dos gânglios inguinais (ínguas na virilha). Cirurgia, radioterapia e quimioterapia podem ser oferecidos. A cirurgia é o tratamento mais frequentemente utilizado para controle local da doença. O diagnóstico precoce é fundamental para evitar o crescimento desse tipo de câncer e posterior amputação do pênis que traz consequências físicas, sexuais e psicológicas ao homem. Por isso, quanto mais cedo for iniciado o tratamento, maiores são as chances de cura”.
Pelos dados oficiais do Ministério da Saúde nota-se o acerto de Farrell, porém nota-se que o quadro é até mais grave pela ausência de qualquer campanha de combate ao câncer peniano.
Feitas tais exposições, mudo de foco para realçar a mudança de atitude que teve Farrell, de um verdadeiro militante feminista para um grande difusor do masculinismo, vejo nessa perspectiva um exemplo de Homem-ícone para muitos também revolucionarem sua visão, o que, certamente Farrell já fez com seus 1,5 milhão de livros vendidos e publicados em 50 países ou como professor da Escola de Medicina da Universidade da Califórnia e da Escola de Psicólogos Profissionais ou com os mais de 600 grupos terapêuticos de homens que formou, como informa a citada matéria da revista Época.
Diante desses fatos e da propulsão expressiva em prol de mais justiça para os homens, com um masculinismo equilibrado e justo, o blog MDI elege Warren Farrell como o Homem homenageado nesse DIA DO HOMEM de 2011.
Essa singela homenagem não visa engrandecer o homenageado, pois nem de longe temos esse poder, estamos cientes que temos menor expressão que ele.
Também essa homenagem não é um juízo de valor para indicar quem faz mais pelo movimento ou detém mais méritos, pois cada ativista tem seu valor e no seu canto do país pode ser o único a fazer diferença.
Essa singela homenagem é, em verdade, uma homenagem a cada um de nós que luta, para nos estimular a acreditar e ir em frente, mostrar o caminho para ir a público efetivar a busca por direitos, o modo de argumentar, a forma e o fundo do discurso.
Devido à boa abordagem de variados temas, recomendo a leitura da entrevista.
Recomendo que leiam hoje e no futuro releiam. Cada leitura é uma nova percepção. A cada momento da vida a soma do aprendizado e das experiências faz-nos colher maior penetração no conteúdo. Cliquem aqui para ler.
Parabéns pelo Dia do Homem!
MDI

2 comentários:

barrosdelimaster disse...

“ÉPOCA – Se os homens são tão oprimidos, por que não brigam por seus direitos?
Farrell – Nenhum dos gêneros é oprimido. Ambos têm responsabilidades, que às vezes são pesadas. No passado, isso era pior. Nossos pais lutavam pela sobrevivência da família e tinham apenas obrigações. Quem conseguia escapar dessa sina era uma minoria com dinheiro sobrando no bolso. O feminismo surgiu nesse grupo privilegiado.”

Farrel, neste trecho da entrevista, a meu ver, mata a charada. Ele reume bem o que eu sempre venho afirmando. Na história da humanidade, privilegiados não foram o homem ou a mulher em específico, apenas poucos. Pois a história do ser humano é repleta de altos e baixos, é uma eterna luta pela sua breve permanência aqui na terra. Todos somos vítimas e ao mesmo tempo atores e sujeitos de si mesmos. Todos nós somos vítima e opressores. Fraquezas e qualidades ambos os sexos possuem. O que eu entendo é que em algum momento da história, em determinados lugares do mundo houve um aproveitamento disto, uma manipulação disto em favor de alguns.

Meu receio com relação ao masculinismo é que, apensar de necessário hoje em dia, é que ele venha a cometer os mesmo erros que o feminismo vem cometendo, porque tudo que é movimento social ou politico, toda invenção ou engenharia social termina por escapar do controle e produzindo mazelas irreparáveis.

Seth Dragoon blog disse...

Bem, e para uma boa notícia após o Dia do Homem, a Veja divulgou em seu site uma notícia sobre o Caso bombril. Parabéns à todos que participaram do processo, e que a força continue, isto já é um início de que a união faz a força. Realmente um grande parabéns aos masculinistas que fizeram por onde.

http://veja.abril.com.br/noticia/economia/300-homens-recorrem-ao-conar-contra-bombril

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